Versos de "O Corvo":
"... Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça, entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais. Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento, mas com ar solene e lento pousou sobre meus umbrais, num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais. Foi, pousou, e nada mais.
E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura com o solene decoro de seus ares rituais. "Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado, ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais! Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais." Disse-me o corvo, "Nunca mais".
(...)
E o corvo, na noite infinda, está ainda no alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais. Seu olhar tem a medonha dor de um demónio que sonha, e a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão mais e mais, e a minha alma dessa sombra, que no chão há mais e mais, libertar-se-á... nunca mais!"
Yasmin, parabéns por ter preservado o conteúdo deste conto que é a consagração da Obra Edgariana...Infelizmente tenho visto , com a mesma obra,uma seqüencia de experiências( em nome da arte, justificadas)...Felizmente,um retrocesso recente e com sorte, passageiro...Graças a preservação da idéia do autor,hoje, conhecemos O CORVO na íntegra.
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